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Acupuntura e Psicologia

por Eduardo. Tempo médio de leitura: aproximadamente 3 minutos.

A Acupuntura oferece uma visão sobre a mente e as emoções completamente diversa da visão ocidental, e por isto mesmo uma gama possível de abordagens a desordens mentais e emocionais totalmente original em relação às abordagens convencionais, ou seja, terapia medicamentosa halopática e psicoterapia.
As funções mentais e emocionais são, na visão da Acupuntura, de responsabilidade de vários órgãos vitais – principalmente dos cinco zang – e desarmonias na circulação do [qi] dos zangfu podem levar desde a perturbações leves no humor até à distúrbios psiquiátricos.

Aqui não trataremos da teoria da Acupuntura a respeito, mas ofereceremos apenas uma breve compilação das indicações para desordens mentais e emocionais de alguns pontos de a Acupuntura. Nunca é demais enfatizar que a Acupuntura não almeja substituir o acompanhamento adequado por um psicólogo ou por um psiquiatra, e que os melhores resultados são obtidos através da cooperação multidisciplinar.
Obviamente os pontos de Acupuntura em questão só terão o efeito desejado se a prescrição for consequência de um diagnóstico preciso, quando combinados adequadamente e manipulados segundo a técnica apropriada, mas através do tratamento concomitante com a acupuntura pode ser possível para o médico psiquiatra reduzir a quantidade e a dosagem das drogas, e em casos simples o médico dispensar completamente a medicação.
Alguns pontos têm indicações tradicionais peculiares ou curiosas, que reproduzimos abaixo, e é preciso interpretá-las num contexto mais amplo e atual que a tradução textual permitiria. Todos os pontos possuem indicações muito mais amplas que as citadas, aqui nos restringimos somente ao campo mental e emocional.

Os pontos de Sun Simiao

No nosso artigo Introdução à Fitoterapia Chinesa (parte I – Breve Histórico) fizemos referência ao período Chou:

A data incerta de 1100 A.C. é geralmente aceita como o início da dinastia dos Chou. A visão prevalente no período Chou parece ter sido a de que o sistema bem ordenado de relações e comunicação entre as criaturas vivas e o mundo dos deuses e espíritos havia caído num estado de grande confusão e posteriormente rompido-se completamente. Apareceram, durante o período dos Estado Combatentes, os mitos que reconheciam nos demônios (gui) uma influência maléfica crescente sobre os humanos.
As práticas terapêuticas tornaram-se então essencialmente demonológicas – não bastava mais apenas aderir a um comportamento agradável aos ancestrais para garantir a saúde, era agora necessário que os espíritos guardiães do indivíduo fossem fortes o suficiente para protegê-los dos espíritos maléficos.
Neste contexto acreditava-se no poder de algumas substâncias, além de certos encantamentos, exorcismos e talismãs, de afastar ou expulsar os demônios causadores do adoecimento. Um compêndio preparado por Sun Si-miao, por exemplo, lista trinta e dois fitoterápicos eficazes contra demônios.

Sun Simiao, além do compêndio listando as drogas eficazes contra demônios, originou uma seleção de pontos de acupuntura com efeitos pronunciados em problemas psicológicos e psiquiátricos, conhecida como Os Treze Pontos do Demônio de Sun Simiao, dos quais apresentamos: o nome antigo, a tradução do nome antigo entre parênteses, o nome atual e a numeração do ponto. Todos os nomes antigos iniciam com gui, que em chinês quer dizer fantasma ou demônio.

  • Guigong (Palácio do demônio) – Renzhong VG26
  • Guizhen (Travesseiro do demônio) – Fengfu VG16
  • Guitang (Sala do demônio) – Shangxing VG23
  • Guishi (Mercado do demônio) – Chengqiang VC24
  • Guixin (Fé do demônio) – Shaoshang P11
  • Guitui (Perna do demônio) – Quchi IG11
  • Guichuang (Cama do demônio) – Jiache E6
  • Guilei (Fortaleza do demônio) – Yinbai BP1
  • Guixin (Coração do demônio) – Daling CS7
  • Guicu (Caverna do demônio) – Laogong CS8
  • Guilu ( Caminho do demônio) – Shenmai B62
  • Guifeng (Selo do demônio) – Haichuan (extra)
  • Guicang (Loja do demônio) – Yumentou (extra) em mulheres, Yinxiafeng (extra) em homens, ambos correspondendo aproximadamente a VC1

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